terça-feira, 17 de julho de 2012

chuva ínvia




Esqueci-me de como chove nessa rua 
quando os grilos se calam 
e as margaridas são apenas
murmúrios 
coloridos 
navegando no teu olhar

A tua rua, inteiramente minha
naquele tempo, eram dois passos
galgados à pressa para acabar num odor 
a rosmaninho, que me deixavas nos beijos

Notei que caiu o número da tua porta
talvez não fosse essa a tua porta
ou a tua rua. ou outro o número
não me recordo.

Perco-me hoje por entre
esta lonjura onde não acaba o asfalto

Ainda chove, na tua rua, 
ou era eu a chuva que caía?

Lídia Ponti

foto extraída da net

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